INSTITUCIONAL

FOTO 4- IBGE; 1958Antes de se tornar uma Favela, as terras que hoje se encontra a Rocinha, pertenciam a Fazenda Rocinha que fazia divisa com a Chácara do comerciante e abolicionista português Jose Seixas Magalhães. Sua propriedade abrigou muitos escravizados livres e em fuga. A chácara na verdade era um Quilombo Urbano, com características muito diferente dos quilombos do interior do país.  As terras do Quilombo do Leblon ou das Camélias, pois ali se plantava camélias, era um símbolo dos abolicionistas.

Com a abolição em 1888, a fazenda Rocinha entra em falência, e suas terras passam ser do banco Castro de Guidão que fez um loteamento das terras em 1920, mesmo tendo ex-escravizados morando nas terras. Estes tinham suas hortas de subsistência, que vendiam o excedente na atual Praça Santos Dumont. Ainda nas primeiras décadas do século XX, foi construída a Estrada da Gávea, que se transformou, na década de 30, em palco internacional de corridas automobilísticas.

Foto - Ephim ShlugerA área foi sendo ocupada e muitos dos seus moradores trabalhavam nas fábricas do entorno. Já na década de 40 foi promulgado decreto pela prefeitura para desapropriar a área, mas não chegou a ser implementado. A partir dos anos 1950, a Rocinha passou a ser considerada efetivamente uma Favela e o fantasma da remoção, sobretudo nas décadas de 60 e 70, se intensificou. No entanto, já nos anos 1980, a favela se consolidou na cidade, organizou mutirões para melhoramentos locais e recebeu algumas intervenções dos poderes públicos.

A Rocinha possui uma forte identidade local e é uma das favelas mais conhecidas do Rio de Janeiro. Apesar das contradições e violações de direitos por parte do Estado, Rocinha é um território de potencialidades, com soluções criativas de transformações sociais para a cidade. A organização local frente à pandemia é uma prova da diversidade de iniciativas locais. A história da Rocinha é fascinante e é extremamente importante para compreender a história da própria cidade.