Arquiteto formado pela FAU-UFRJ, e com mestrado em urbanismo pelo MIT / Harvard. Dedicou boa parte de sua carreira profissional em desenvolvimento de comunidades e projetos de melhorias em assentamentos urbanos informais com provisão de serviços básicos, infraestrutura e serviços urbanos, através de processos participativos com as comunidades locais, em ações apoiadas pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF).
A partir de 1995, integrou equipes do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington (DC), desenvolvendo projetos de investimento com foco na política de salvaguarda e preservação sustentável de monumentos e sítios tombados de patrimônio artístico, cultural e natural incluindo a paisagem cultural (UNESCO).
Foi presidente do IPLANRIO (1983-84) e Secretário Municipal de Desenvolvimento de Projetos Especiais e Presidente do IPUP/ Palmas, TO (2015-2019).

Sobre as fotos
Programa de Desenvolvimento Comunitário nas Favelas do Rio de Janeiro
A presente apresentação do acervo fotográfico, cedido ao Museu SANKOFA – Memória e História da Rocinha, documenta as atividades desenvolvidas na Rocinha e marca os cinquenta anos desde que a Secretaria de Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância – (UNICEF), iniciaram um programa de assistência técnica para a melhoria das condições de vida nas favelas do Rio. Tendo por objetivo de estabelecer o desenvolvimento de serviços básicos em saúde e educação comunitária e melhorias nas condições ambientais e de saneamento, as atividades visavam promover tanto a participação ativa dos próprios moradores em favelas em equacionar suas demandas articuladas e, por outro lado, fortalecer sua capacidade de reivindicação pelos serviços públicos junto às autoridades municipais e estaduais. Buscou principalmente no diálogo sobre a provisão regular de serviços urbanos essenciais junto às autarquias incluindo a COMLURB, Light, CEDAE e FEEMA nesses espaços.
Entre o universo das favelas do Rio, a Rocinha foi selecionada para receber o Programa por apresentar uma estrutura organizacional de moradores capaz de conduzir atividades de interesse comunitário, condição considerada essencial para iniciar o desenho e elaboração das metas de um programa inovador. A interlocução com as lideranças e moradores -, constituído por grupos de ativistas, na maioria liderados por mulheres e jovens, se apresenta promissor ao modelo de desenvolvimento proposto. Na ocasião foi notada a capacidade das lideranças locais em mobilizar moradores para as atividades e serviços sociais de interesse coletivo, como o mutirão dos fins-de-semana para realizar obras de pequeno porte, incluindo redes de drenagem, escadarias e pavimentação de vias de acesso. Obras essenciais para estabilizar terrenos em platôs em áreas com declives e de difícil acesso.
As imagens desta exposição cobrem o período de 1980 a 1983, do início da execução do Programa até a data em que Ephim Shluger saiu do cargo de assessor técnico do UNICEF para assumir a direção do IPLANRIO na Prefeitura do Rio. No relatório de avaliação técnica realizado pelo IBAM foi destacado que a experiência foi valiosa em fortalecer a capacidade local de mobilizar e participar ativamente, através de atividades orientadas a saúde materno-infantil, com ações em projetos comunitários bem como em processos participativos de urbanização de favelas contribuindo desta forma ao bem-estar coletivo (texto adaptado de informações cedidas por Ephim Shluger).